T E A T R O
A
raiz do mito esta na tentativa humana de penetrar, pela
imaginação, os esconderijos do que não se pode explicar
de outra maneira: o mistério da existência.
A
tragédia, assim como a comédia grega, nasceu das festas dionisíacas
que, honrando o deus, propunham a embriaguez, este estado
que permite o distanciamento do real e a entrada numa outra
dimensão da realidade, proposta esta que permaneceu como um
dos fundamentos da arte teatral.
Sara
Pereira Lopes - Diretora do Instituto de Artes da Unicamp






História
Na
China antiga, o budismo usava o teatro como forma de expressão
religiosa. No Egito, um grande espetáculo popular contava
a história da ressurreição de Osíris
e da morte de Hórus. Na Índia, se acredita que
o teatro tenha surgido com Brama. E nos tempos pré-helênicos,
os cretenses homenageavam seus deuses em teatros, provavelmente
construídos no século dezenove antes de Cristo.
É fácil perceber através destes poucos
exemplos, uma origem religiosa para as manifestações
teatrais.

Sófocles
Sófocles
foi um dramaturgo grego (496 a.C.?-406 a.C.). Um dos mais
importantes escritores gregos de tragédia, ao lado
de Ésquilo e Eurípedes, escrevendo tragédias
onde relata a história de personagens nobres e da realeza.
Filho de um rico mercador, nasce em Colona, perto de Atenas,
na época do governo de Péricles e do apogeu
da cultura helênica.
Escreveu
cerca de 120 peças, das quais apenas sete sobrevivem
até os dias de hoje. Trabalha também como ator,
não se limitando à literatura. É ordenado
sacerdote de Esculápio, o deus da medicina, e eleito
duas vezes para a Junta de Generais, que administra os negócios
civis e militares de Atenas. Dirige o departamento do Tesouro,
que controla os fundos da Confederação de Delos.
Em suas
tragédias mostra dois tipos de sofrimento: o que decorre
do excesso de paixão e o que é conseqüência
de um acontecimento acidental (destino). Reduz a importância
do coro no teatro grego, relegando-o ao papel de observador
do drama que se desenrola à sua frente. Sua concepção
teatral foi inovadora e elevou o número de atores de
dois para três. Suas peças sobreviventes são
*
Ájax
* Antígona
* As traquínias
* Édipo Rei
* Electra
* Filoctetes
* Édipo em Colono |

Shakespeare
O século XVI na Inglaterra, na época do reinado
de Isabel, falecida em 1603, foi o momento de ouro da dramaturgia,
inteiramente dominada pela personalidade artística
e pelo gênio criativo de Shakespeare, exercido
por ele e por seus companheiros da Companhia do Camarlengo
na sua
sede à beira do Rio Tâmisa, o Globe Theatre.
Atribui-se a William Shakespeare a autoria de 37 ou 38 peças,
das quais destacam-se :
Comédias
* O
Mercador de Veneza
* Sonho de uma noite de verão
* A Comédia dos erros
* Os dois fidalgos de Verona
* Muito barulho por nada
* Noite de reis
* Medida por medida
* Conto do Inverno
* Cimbelino
* A Megera Domada
* A Tempestade
* Como Gostais
* Tudo está bem quando acaba bem
* As alegres comadres de Windsor
* Os trabalhos de amores perdidos
* Péricles Tragédias
*
Tito Andrônico
* Romeu e Julieta
* Júlio César
* Macbeth
* Antônio e Cleópatra
* Coriolano
* Timão de Atenas
* Rei Lear
* Otelo
* Hamlet
* Tróilo e Créssida
Dramas Históricos
* Rei João
* Ricardo II
* Ricardo III
* Henrique IV, Parte 1
* Henrique IV, Parte 2
* Henrique V
* Henrique VI, Parte 1
* Henrique VI, Parte 2
* Henrique VI, Parte 3
* Henrique VIII |
Como dramaturgo,
escreveu não só algumas das mais marcantes tragédias
da cultura ocidental, mas também algumas comédias
antológicas. Acredita-se que escreveu a maior parte
das suas obras de 1585 a 1610, ainda que as datas exatas não
sejam conhecidas com precisão.
Os textos
de Shakespeare fizeram e ainda fazem sucesso, pois tratam
de temas próprios dos seres humanos.

Moliére
O maior
comediante do teatro francês e da dramaturgia de todos
os tempos, também ator cômico (nascido em Paris,
morreu nesta cidade durante a temporada de representação
de sua última peça, O Doende imaginário,
em que vivia o papel do hipocondríaco Argan). Seu pai,
criado de quarto no palácio real, destinava-o à
mesma profissão; mas o seu avô, amante dos espetáculos,
despertou nele o gosto pelo teatro. Adotou o pseudônimo
de Molière aos vinte e dois anos. Diretor de uma companhia
de teatro ambulante, durante doze anos percorreu a França,
compondo e representando as suas peças. Em 24 de outrubro
de 1658 representou para o Rei Luís XIV no Louvre,
de quem passa a ser protegido. Estabelecendo-se em Paris como
diretor da Companhia de Monsieur, no Petit-Bourdon, obtém
êxitos retubantes: As Preciosas Ridículas,
em que zomba da afetação e literatice das mocinhas
do tempo; A Escola dos Maridos, Os Importunos,
A Escola das Mulheres, em que satiriza o enclausuramento
e o moralismo que caracterizavam a educação
das moças; Tartufo, uma das maiores sátiras
contra a hipocrisia (no vocabulário de todas as línguas
tartufo passaria a ser sinônimo de hipócrita),
representada para o rei em 1664; retida por seus inimigos,
só conseguiu uma primeira representação
pública três anos depois; O Avarento,
em que fustiga o grande vício burguês na sua
personagem imortal, Harpagon; O Misantropo, tragicomédia
em que um sonhador sucumbe antes as convenções
sociais; Jorge Dandin, o burguês logrado no casamento
aristrocrático; Os Amantes Magníficos,
O Burguês Fidalgo, As Velhaacarias de Escapino,
As Sabichonas e inúmeras outras. Ator, diretor,
ensaiador da sua companhia, era o grande fornecedor dos espetáculos
da Corte (a maior parte de sua obra foi improvisada para atender
as encomendas).
Pierre
Corneille
Realiza
estudos de Direito e exerce a advocacia durante longos anos.
Protegido por Richelieu e por Mazarino e, mais tarde, por
outros destacados governantes, goza em vida de grande prestígio
como dramaturgo. Corneille é o grande génio
criador do teatro francês. A sua primeira tragédia
importante, El Cid, é de tema espanhol, como
muitas outras obras suas. É baseada no amor e no dever,
que o autor contrapõe para logo os tornar complementares.
O êxito de El Cid é acompanhado do escândalo,
pois critica-se Corneille por não respeitar as regras
clássicas do teatro e o bom gosto.
Em
Horácio, a primeira de uma série de tragédias
de tema romano, Corneille já respeita as unidades preceptivas
de ação, tempo e lugar. Nesta obra apresentam-se
com tom patético e grandioso os sentimentos de patriotismo
em luta com os sentimentos íntimos. Cinna é
um canto à magnanimidade, enquanto Poliuto
confronta a grandeza do cristianismo com a grandeza de Roma.
As chaves da dramaturgia de Corneille são a ordem (construída
na base do "bom gosto", embora relativamente flexível)
e a riqueza imaginativa. À mestria com que opõe
os tipos mais grandiosos aos mais abjectos acrescentam-se
a força e o movimento da ação, as cintilações
de lirismo e a construção harmoniosa dos versos.
Tudo isso confere ao teatro de Corneille um estilo tipicamente
barroco.

Bertolt
Brecht
Seus
principais antecessores foram Stanislavsky, Meyerhold e Piscator,
em ordem cronológica. Stanislavsky é o primeiro
revolucionário, e suas teorias servem de base para
o trabalho de Meyerhold e seu "método biomecânico"
cuja principal intenção é fazer com que
o ator exprima as nuanças psicológicas de seu
personagem através de uma "máscara pantomímica"
e que já desenvolve a técnica de comentar o
texto através do gesto, inspiração asiática
evidente no teatro de Brecht. A contribuição
de Piscator é a noção de um teatro propagandístico
e educativo. É ele que abre caminho para o verdadeiro
teatro épico teorizado e executado por Bertold Brecht.
Podem
ser distinguidas duas principais razões para o Teatro
Épico de Brecht: a primeira seria a concepção
marxista do homem, um ser que deve ser entendido observando-se
o conjunto de todas as relações sociais de que
participa. Para Brecht, a forma épica é a única
capaz de apresentar as determinantes sociais das relações
inter-humanas. A segunda razão é o seu intuito
didático, a necessidade de um "palco científico"
capaz de desmistificar as relações da sociedade,
esclarecendo o público e suscitando a ação
transformadora.
Para realizar
seu intento, Brecht não "expulsa" as emoções
do palco. Sua teoria antiaristotélica prega que o que
deve ser evitado é, especificamente, o fenômeno
da catarse, porque ele envolve o público, impedindo
que este desenvolva uma atitude crítica em relação
à peça. Trata-se aqui de "elevar a emoção
ao raciocínio".
Algumas
de suas principais obras são: Um Homem é
um Homem, em que cresce a idéia do homem como
um ser transformável, Mãe Coragem e Seus
Filhos, sobre a guerra dos 30 anos, escrita no exílio
no começo da Segunda Guerra Mundial e A Vida de
Galileu, drama biográfico com o qual Brecht encontra
definitivamente o caminho do teatro dialético.
Na
Virada do século XIX para o XX
Realismo - Na segunda metade do século XIX, o melodrama burguês
rompe com o idealismo romântico e dá preferência
a histórias contemporâneas, com problemas
reais de personagens comuns. A partir de 1870, por influência
do naturalismo, que vê o homem como fruto das pressões
biológicas e sociais, os dramaturgos mostram personagens
condicionados pela hereditariedade e pelo meio.
Anton
Tchekhov (1860-1904) - Filho de um comerciante,
parte em 1879 para Moscou com uma bolsa de estudos para
Medicina.
Paralelamente, escreve muito. Os seus contos mostram o
cotidiano do povo russo e estão entre as obras-primas
do gênero. Entre as suas peças destacam-se
A gaivota e O jardim das cerejeiras. É um
inovador do diálogo dramático e retrata o
declínio da burguesia russa.
Espaço
cénico realista - Busca-se uma nova concepção
arquitectónica para os teatros, que permita boas
condições visuais e acústicas para
todo o público. O director e o encenador adquirem
nova dimensão. André Antoine busca uma encenação
próxima da vida, do natural, usando cenários
de um realismo extremo. Na Rússia, o encenador Konstantin
Stanislavski cria um novo método de interpretação.
Konstantin
Stanislavski (1863-1938) - Pseudónimo de
Konstantin Sergueievitch Alekseiev. Nasceu em Moscou.
Criado no meio
artístico, cursa durante um tempo a escola teatral.
Passa a dirigir espectáculos e, com Nemorovitch-Dantchenko,
cria o Teatro de Arte de Moscou, pioneiro na montagem
de Tchekhov. Cria um método de interpretação
em que o ator deve "viver" o personagem, incorporando
de forma consciente a sua psicologia. O seu livro A
preparação do ator é divulgado
em todo o mundo e o seu método é usado em
escolas como o Actor’s Studio nos EUA.
Século
XX
Expressionismo -
Surge na Alemanha, entre a I e a II Guerras Mundiais. Advoga
a explosão descontrolada da subjetividade
e explora estados psicológicos mórbidos,
sugerindo-os através de cenários distorcidos.
Peças
de autores expressionistas - A caixa de Pandora,
de Frank Wedekind, Os burgueses de Calais, de
Georg Kaiser, Os destruidores de máquinas, de
Ernst Toller, RUR, do checo Karel Capek,
e O dia do julgamento, do americano Elmer
Rice, exibem também preocupação social,
mostrando o homem em luta contra a mecanização
desumanizadora da sociedade industrial. Esses mestres estudam
os conflitos daquela geração e condenam o
militarismo.
Futurismo - Forte durante os anos 20. Na Itália glorifica
a violência, a energia e a industrialização.
Na antiga URSS propõe a destruição
de todos os valores antigos e a utilização
do teatro como um meio de agitação e propaganda.
Autores
futuristas - Os italianos, liderados por Filippo
Tommaso Marinetti ( O monoplano do papa ), evoluem
para o fascismo, enquanto os russos, tendo à frente
Vladimir Maiakovski ( O percevejo e Mistério
bufo), usam o teatro para difundir o comunismo.
Construtivismo -
Movimento artístico originário da Rússia
pré-revo-lucionária, iniciado pelo escultor
e arquiteto Vladimir Tatlin, e cujos objetivos foram
enunciados em 1920 por dois escultores, os irmãos
Naum Gabo e António Pevsner, no Manifesto
Realista. Nascido de escultores e para a escultura,
o Construtivismo iria afetar profundamente todas as artes
plásticas, ao procurar destruir as barreiras que
separam a pintura da escultura, e levando ambas para os
domínios da arquitetura. Intimamente relacionado
com a pintura cubista, e com a arquitetura funcionalista,
o construtivismo adotou fervorosamente os materiais que
a ciência e a tecnologia iam colocando à disposição
dos artistas.
Teatro
estilizado - Uma corrente que busca colocar o irreal no
palco, abandonando o apego excessivo à psicologia
e ao realismo. Meyerhold é o encenador que leva
mais longe essas propostas, lançando os fundamentos
do que chama de teatro estilizado.
Vsevolod
Emilievich Meyerhold (1874-1940) - Nascido na
Rússia,
trabalha inicialmente como ator e começa como diretor
teatral em 1905, indicado por Stanislavski. Dirige os teatros
da Revolução e Meyerhold, encenando várias
peças de Maiakovski. Usa o cinema como recurso
teatral. Em algumas de suas montagens, o espectador pode
ir ao palco, os atores circulam na platéia. Para Meyerhold,
o ator deve utilizar o seu físico na interpretação,
não ficando escravo do texto. Preso pela polícia
stalinista após uma conferência teatral,
em 1939, morre num campo de trabalhos forçados,
provavelmente executado.
Surrealismo -
Na França dos anos 20 e 30, os surrealistas contestam
os valores estabelecidos. Como seu precursor surge Alfred
Jarry que, no fim do século XIX, criou as farsas
ligadas ao personagem absurdo do Rei Ubu. Antonin Artaud é o
principal teórico desse movimento.
Antonin
Artaud (1896-1948) - Ator, poeta e diretor teatral nascido
em Marselha, França, Artaud formula o conceito de
teatro da crueldade como aquele que procura libertar
as forças inconscientes da platéia. O seu livro
O
teatro e seu duplo exerce enorme influência
até hoje. Passou os últimos dez
anos da sua vida internado em diversos hospitais psiquiátricos
e morreu em Paris.
Teatro Épico - Tomando como ponto de partida o trabalho de Piscator,
que lutava por um teatro educativo e de propaganda, o alemão
Bertolt Brecht propõe um teatro politizado, com
o objetivo de modificar a sociedade.
Autores épicos -
Os principais seguidores de Brecht são os suíços
Friedrich Dürrenmatt A visita da velha senhora e
Max Frisch Andorra, e os alemães Peter
Weiss (Marat/Sade) e Rolf Hochhuth (O
vigário).
Na Itália, Luigi Pirandello (Seis personagens à procura
de um autor) antecipa a angústia existencial de Jean-Paul Sartre
(Entre quatro paredes) e Albert Camus (Calígula).
Teatro
Americano - Na década de 20 adquire pela primeira
vez características próprias, marcado pela
reflexão social e psicológica, e começa
a ser reconhecido em todo o mundo. O seu criador é Eugene
O'Neill, influenciado por Pirandello.
Autores
americanos - Além de Eugene O'Neill, destacam-se
Tennessee Williams, Clifford Oddets (A vida impressa
em dólar ) , que retrata a Depressão,
Thornton Wilder (Nossa cidade) e Arthur
Miller com textos de crítica social; e Edward Albee
que, em Quem tem medo de Virginia Woolf?,
fala do relacionamento íntimo entre os indivíduos.
Teatro
do Absurdo - A destruição de valores e crenças,
após a II Guerra Mundial, produz um teatro anti-realista,
que encara a linguagem como obstáculo entre os homens,
condenados à solidão.
Autores
do teatro do absurdo - Destacam-se o irlandês
Samuel Beckett; o romeno naturalizado francês, Eugène
Ionesco; o inglês, Harold Pinter. O francês
Jean Genet (O balcão) escolhe assuntos "malditos",
como a homossexualidade. Tango, do polaco
Slawomir Mrózek, e Cemitério de automóveis e O
arquiteto e o imperador da Assíria, do espanhol
Fernando Arrabal, também marcam o período.
Tendências
Atuais
Em anos
mais recentes, alguns dramaturgos têm se destacado,
mas o eixo criador desloca-se para os grupos teatrais.
As experiências
dos grupos fundados nas décadas de 70 a 90 têm
em comum a eliminação da divisão tradicional
entre o palco e a platéia; além da substituição
do texto de um autor único por uma criação
coletiva e da participação do espectador
na elaboração do espectáculo. A figura
do director torna-se mais decisiva do que a do autor. O
polaco Jerzy Grotowski é um dos maiores nomes do
teatro experimental.
Jerzy
Grotowski (1933-1999) - Nasceu em Rzeszów,
Polonia. O seu trabalho como diretor, professor e téorico
de teatro tem grande impacto no teatro experimental a partir
da década de 60. De 1965 a 1984 dirige o teatro-laboratório
de Wróclaw, onde propõe a criação
de um "teatro pobre", sem acessórios,
baseado apenas na relação ator/espectador.
Em 1982 passa a morar nos EUA e depois na Itália,
onde vive e trabalha no Centro de Pesquisa e Experimentação
Teatral de Pontedera. Morre em 1999.
Grupos
teatrais - Destacam-se o Living Theatre, de Julian Beck
e Judith Malina; o Open Theatre, de Joseph Chaikin; o Teatro
Campesino, de Luís Miguel Valdez; o Bread
and Puppet,
de Peter Schumann; o Odin Teatret, de Eugenio Barba; o
Centro Internacional de Pesquisa Teatral, de Peter Brook;
o Théâtre du Soleil, de Ariane Mnouchkine;
o Grand Magic Circus, de Jérôme Savary; o Squat, de Budapeste; o Mabou
Mines e o Performance Group,
dos EUA; e as companhias dos americanos Bob Wilson, Richard
Foreman, Richard Schechner e Meredith Monk; dos italianos
Carmelo Bene, Giuliano Vassilicò e Memè Perlini;
do falecido polaco Tadeusz Kantor e a do britânico
Stuart Sherman.
Peter
Brook (1925) - Nasce em Londres e estuda em Westminster,
Greshams e Oxford. Como diretor teatral, nos anos 60, inova
em montagens de Shakespeare como Rei Lear e
em Marat/Sade. Em 1970 transfere-se para
Paris fundando o Centro Internacional de Pesquisa Teatral.
Centra o seu trabalho na valorização do ator.
Trabalha com pessoas de diversas nacionalidades para que
as diferenças culturais e físicas enriqueçam
o resultado final. Uma de suas montagens mais conhecidas,
Mahabharata, é adaptada
de um clássico indiano.
Autores
atuais - Os autores mais representativos do final do século
XX são os alemães Peter Handke (Viagem
pelo lago Constança), Rainer Werner Fassbinder
(Lola), também director de cinema,
Heiner Müller (Hamlet-Machine) e Botho
Strauss (Grande e Pequeno); o americano Sam
Sheppard (Loucos de Amor), o italiano Dario
Fo (Morte acidental de um anarquista) ou
o chileno Ariel Dorfman (A morte e a donzela).
Teatralismo - Na década
de 90, musicais como Les misérables,
dirigido por Trevor Nunn e John Caird ou Miss Saigon,
dirigido por Nicholas Hytner, ilustram a tendência
para o chamado "teatralismo", que privilegia
a exploração dos recursos específicos
da linguagem de palco - encenações elaboradas,
estilizadas, ricas em efeitos especiais e ilusões
teatrais.

Grandes
nomes do Teatro Brasileiro
Nelson
Rodrigues - Desafiador, o dramaturgo pernambucano era um transgressor
da moral e dos bons costumes. Escandalizou as platéias
com personagens trágicos, incestuosos, mentirosos,
adúlteros e amargurados. Deixou clássicos como
Engraçadinha, Beijo no asfalto e A dama do lotação,
muitos deles transformados em filmes nos anos 70 e 80. Além
de dramaturgo, foi um brilhante cronista esportivo. Morreu
em 1980, aos 68 anos, vítima de insuficiência
cardíaca e respiratória.
José
Celso Martinez Corrêa- Fundador do Grupo Oficina, de
São Paulo, que dirige há 40 anos, Zé
Celso revolucionou o teatro brasileiro no final da década
de 60 com a montagem de Roda viva, de Chico Buarque de Hollanda
e Rei da vela, de Oswald de Andrade.
Cacilda
Becker - Atriz de inquestionável talento e líder
da classe teatral. Uma lenda do teatro brasileiro, morreu
no palco, ao interpretar Esperando Godot, de Samuel Becket,
em 1969, aos 57 anos.
Antunes
Filho - O paulistano José Alves Antunes Filho, 69 anos,
tem quatro décadas de carreira como ator e diretor.
Fundou o Centro de Pesquisa Teatral, na capital paulista,
onde formou centenas de atores.
Ziembinski
- O russo Zibignew Ziembinski introduziu no Brasil, nos anos
40, o método Stanislawski de intepretação.
Inovou na marcação dos atores no palco e na
iluminação dos espetáculos.
Paulo
Autran - Este carioca nascido em 1922 formou-se em Direito,
mas nunca chegou a atuar nos tribunais. É considerado
até hoje um dos maiores atores brasileiros de todos
os tempos.
Oduvaldo
Vianna Filho - Foi um dos autores mais representativos da
moderna dramaturgia nacional. Refletiu o panorama político
do Brasil durante os governos militares dos anos 60 e 70.
Plínio
Marcos - Foi buscar inspiração no submundo de
prostitutas, presidiários e outros malditos. Nos anos
60, escreveu uma de suas principais peças, Dois perdidos
numa noite suja.
O
gênero dramático não teve, no Brasil
do século XX, uma expressão estética à altura
da poesia, do romance ou mesmo da crônica. Os modernistas
de 1922 – com exceção de Oswald de
Andrade – não se ocuparam com teatro. Ainda
que as peças escritas por Oswald fossem revolucionárias
para sua época (O rei da vela e A morta), elas não
foram encenadas, ficando esquecidas até a década
de 1960. Não se formou, portanto o que poderia ser
denominado (paradoxalmente) de tradição da
modernidade, isto é não se criou um conjunto
significativo de obras, inovadoras na temática e
na linguagem teatral, ao contrário do ocorrido no
romance e na poesia.
Somente
a partir de 1943 é que se pode falar da existência
de uma dramaturgia moderna do país, com a encenação
de Vestido de noiva, de Nelson Rodrigues. Construindo um
universo dramático absolutamente original e irrepetível,
coube a ele apontar caminhos de vanguarda para o teatro
brasileiro. Com efeito, as peças de Nelson Rodrigues
são uma verdadeira suma de novidades: elas mostram
brutalmente a realidade familiar, seja sob a forma naturalista,
seja sob a forma expressionista, desvendam de forma quase
psicanalítica a interioridade mais profunda dos
personagens, apresentam os enredos mediante sofisticados
jogos temporais e possibilitam encenações
de grande ousadia. Há nelas, principalmente, um
uso sistemático do português coloquial nos
diálogos que, por isso mesmo, são sempre
vivos e ricos.

Fontes
: UOL, Wikipedia, Isto É,
Dionisius e Vidas Lusofonas; http://educaterra.terra.com.br/http://pimentanegra.blogspot.com/
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