Manet
Manet
foi um mestre da pintura francesa. Inovador, escolheu
novos temas e novas formas de trabalho. Por isso, não
foi bem compreendido em seu tempo e passou a ser valorizado,
apenas após sua morte.
Édouard
Manet nasceu no dia 23 de janeiro de 1832, em Paris,
na França. Em 1839, começou a estudar
francês e os autores clássicos da literatura.
De 1844 a 1848, foi interno de um colégio, mas
só se interessava pelo curso especial de desenho
oferecido pela escola.
Seu
pai queria que ele se formasse em direito, mas Édouard
queria ser pintor. Como o pai não lhe deu permissão
para isso, embarcou aos 16 anos em um navio de carga,
como aprendiz de piloto. Na volta à França,
em junho de 1849, foi reprovado no exame de admissão
ao colégio naval, e seu pai, finalmente, permitiu-lhe
tornar-se pintor.
Com
18 anos, Manet ingressou num estúdio de pintura
clássica e conheceu o revolucionário poeta
Charles Baudelaire, que o inspirou a pintar o "Música
nas Tulherias" (1862). Essa obra foi criada ao
ar livre, sob os olhares dos transeuntes, curiosos de
ver um pintor, vestido com elegância, montar seu
cavalete e trabalhar em público.

This painting of the Tuileries
Gardens in Paris was Manet's first major work depicting modern
city life. The band is playing and a fashionable crowd has
gathered to listen. The picture includes portraits of Manet's
friends and family. These include Manet himself as well as:
Baudelaire - poet (1821 - 1867); Théophile Gautier
- poet and novelist (1811 - 1872); Ignace Fantin-Latour -
flower-painter (1836 - 1904); Jacques Offenbach (1819 - 1880)
- composer; Eugène - the artist's brother (1833 - 1892)
Música en las Tullerías
(National Gallery, Londres, 1862)
Incompreensão
dos críticos
Em
1863, Manet casou-se com a holandesa Suzanne Leenhoff.
No mesmo ano, o júri do principal Salão
de Arte da França rejeitou seu quadro "Déjeuner
sur l’herbe" (Almoço na relva), obra
de técnica totalmente revolucionária.
A
pintura teve de ser exposta no Salão dos Recusados,
criado para exibir obras rejeitadas pelo salão
oficial. Os críticos sentiram-se ofendidos porque
o quadro mostrava uma mulher nua em companhia de dois
jovens em trajes formais. Eles também se aborreceram
pela forma como essas figuras eram apresentadas, em
uma luz sombria e impessoal, num ambiente florestal
pouco realista. Tudo isso era novidade na pintura da
época.

Le déjeuner sur l'herbe
1863, Museu de Orsay
Ao
mesmo tempo, porém, o quadro despertou o entusiasmo
dos jovens pintores que, mais tarde, formaram o núcleo
do chamado grupo impressionista.
No
Salão de 1865, sua pintura "Olympia"
(1863) provocou mais escândalo ainda. Nela, uma
mulher nua, reclinada, olha desafiadoramente para o
público do quadro.

Artist Édouard Manet,
1862
Oil on canvas, The Hugh Lane, Dublin
Quando
muitas de suas obras foram rejeitadas para a Exposição
Universal de 1867, Manet, ao lado do pintor Gustave
Courbet, que tivera a mesma ideia, montou uma barraca
na esquina de uma avenida de Paris. Lá expôs
cinquenta obras, mas elas não foram mais bem
recebidas do que as anteriores.
Um
jovem romancista, Émile Zola, ficou muito impressionado
com o novo estilo da pintura de Manet. Ele escreveu
um artigo longo e corajoso numa revista, fazendo muitos
elogios aos quadros.
Zola
viu Manet como o representante de todos os artistas
inovadores que desagradam a opinião pública
e os públicos, mas que no fim todos descobrem
que são realmente importantes. Manet expressou
sua gratidão pintando um retrato de Zola, exposto
no Salão de 1868.
Durante
a guerra entre a França e a Alemanha (1870-1871),
Manet serviu como tenente na Guarda Nacional e testemunhou
o cerco de Paris. A revolta popular chamada Comuna de
Paris (1871) lhe inspirou várias pinturas, e,
pela primeira vez, ele conseguiu vender um grande conjunto
de quadros. O ano de 1874 também foi notável,
especialmente pelo desenvolvimento da amizade de Manet
com o jovem pintor impressionista Claude Monet. Os dois
pintavam juntos às margens do rio Sena, em Paris.
Doença
e morte
Em
1880, as pernas de Manet estavam afetadas por uma doença
que, depois, evoluiu para uma septicemia fatal. Em 1881,
com a doença progredindo em ritmo alarmante,
mandou alguns quadros para uma importante exposição
de arte francesa realizada em Londres.
Em
6 de abril de 1883, sua perna esquerda teve que ser
amputada. Manet não se recuperou da cirurgia;
morreu no fim do mês, no dia 30, em Paris.
No
ano seguinte, em janeiro, uma exposição
póstuma das pinturas de Manet foi realizada na
Escola de Belas-Artes, em Paris. Fiel à sua admiração
pelo artista, Zola escreveu o prefácio ao catálogo
da exposição. Depois dessa homenagem,
bem aceita pelos críticos, as pinturas de Édouard
Manet começaram a se destacar.
Fonte:
Estilo ABNT:
Édouard Manet. In Britannica Escola Online. Enciclopédia
Escolar Britannica, 2015. Web,
2015. <http://escola.britannica.com.br/article/483358/Edouard-Manet>.
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