Juliette
& The Licks

Em
2003, a atriz Juliette Lewis apareceu no vídeo "Buried
Alive By Lov”, do H.I.M. Foi um pouco depois disso que
fez a primeira aparição com sua nova empreitada:
Juliette & The Licks. O Viper Room, clube do também
ator Johnny Depp foi o lugar escolhido.
Foi a
primeira vez que o público pôde escutar as músicas
que ela passara anos trabalhando com a compositora Linda Perry.
Destaque para as guitarras de Todd Morse (da banda nova-iorquina
de hardcore H2O) e Kimble Walters. Paul III, no baixo e Jason
Morris, na bateria, completavam a formação inicial.
A empatia
com o público foi boa e a banda decidiu que a estrada
seria o caminho a seguir. Durante o ano de 2004, excursionaram
pelos Estados Unidos na "Warped Tour" e abriram
shows do Social Distortion, Turbonegro e Courtney Love/ Hole.
A voz rouca de Juliette, aliada a sua postura e figurino-colado-no-corpo
acompanhado de botas e salto alto, começava a ganhar
a América.
“Música
é uma experiência visceral para mim”, comenta
Juliette. O ano de 2005 seguiu e ela dividia a agenda entre
produções de cinema e o palco. Neste ano, lançaram
"You’re Speaking my Language", que emplacou
nas paradas inglesas. No álbum seguinte mantiveram
a energia dos shows.
Tudo
parecia bem até que, no fim do ano, o posto de baterista
ficou vago. Não muito tempo depois, Dave Grohl, que
os tinha conhecido na estrada, resolveu relembrar os tempos
do Nirvana e assumiu as baquetas. A princípio, ele
faria apenas as demos, gravadas no seu estúdio, na
Califórnia. Mas, Dave acabou decidindo ficar e gravar
o disco. “Ver o Dave na batera é igual ver Jordan
jogando basquete ou Miles Davis no trompete”, comenta
Lewis. “Tem um feeling sexual”, resume.
Dave
e Juliette se conheceram ao vivo quando o líder do
Foo Fighters convidou a atriz para abrir um show no Hyde Park,
em Londres. Em 17 de junho de 2006, 85 mil pessoas acompanharam
uma apresentação memorável. Queens of
the Stone Age, Motörhead e Angels & Airwaves também
tocaram naquele dia.
As gravações
do disco Four on The Floor foram realizadas ao ritmo
de quinze músicas em três dias. A bateria estava
pronta. Four On The Floor une guitarras distorcidas
e muita energia. É rock do começo ao fim. Saiu
nos Estados Unidos em dezembro de 2006 e no Brasil este ano
pela ST2. “Todd escreve músicas incríveis
enquanto Kimble tem uma pegada mais Brian May, adicionando
uma coisa mais dramática”, resume a vocalista.
A formação se completou com Jason Womack, baixista
que integrou a banda um ano antes. Sua maneira de tocar as
quatro cordas resultou na música “Killer”,
uma das mais energéticas do disco.
“Hot
Kiss”, uma das melhores músicas do disco, foi
o primeiro single a tomar conta das rádios. A invasão
começou oficialmente em 17 de novembro de 2006. Nos
Estados Unidos, o material ganhou uma edição
especial com DVD bônus.
“A
minha intenção é de que a nossa música
sirva como um antídoto para a falta de confiança,
apatia e medo que se instalou na sociedade nos dias atuais!”
- Juliette Lewis

Nascida
em 21 de junho de 1973, Juliette Lewis é conhecida
por seu trabalho no cinema. Garota prodígio, começou
sua escalada ainda jovem em telefilmes e alguns seriados obscuros.
Lançou-se no cinema em filmes como ''Minha Noiva É
Uma Extra-Terrestre'' e ''Loucos a Beira do Abismo'' - ambas
de 1988.
Em 91,
concorreu ao Oscar de melhor atriz coadjuvante por Cabo do
Medo. Esse filme deixou marcada na história do cinema
a imagem em que Robert De Niro a seduz no escuro de um teatro.
Outros trabalhos, dentre seus mais de 40 filmes, incluem Assassinos
por Natureza, de 1994 – que lhe rendeu o prêmio
de melhor atriz no Festival de Cinema de Veneza, naquele ano.
Na mesma época, fez ainda o excelente road movie Kalifornia.
Com Bradd Pitt, seu marido e companheiro de trabalho em Kalifornia,
manteve uma vida despojada por alguns anos, em um apartamento
de três quartos, alugado, onde viviam em companhia de
três cães.
Juliette
and The Licks virá pela primeira vez ao Brasil no Festival
Tim 2007, para divulgar Four on the floor, muito
elogiado pela crítica mundial e considerado um dos
melhores álbums de rock do ano.
"
...no palco, Juliette tem a vibração de uma
versão feminina (e igualmente escrachada) de Iggy Pop..."
- VEJA
"...Juliette
and the Licks é banda para ser vista ao vivo...com
guitarras rápidas e bateria pesada eles exalam energia!"
- Folha de São Paulo
"Juliette,
punk e maluquete, estraçalha em The Licks...e ela canta
que é uma barbaridade!" - O Estado de S.Paulo
"...Juliette
Lewis arrebenta em Four on the floor..." - Época
"...o
talento de Juliette Lewis não se limita, nem de longe,
às telas de cinema...apaixonada por rock, seus vocais
mostram que ela aprendeu direitinho..."- Quem
"...no
palco ela é ainda mais selvagem que a endiabrada Mallory
Knox, do filme Assassinos por Natureza..." - O Globo
"...Four
on the floor é muito bom...e lembra a fúria
do mestre Iggy Pop." - Jornal da Tarde

O
incêndio existencial de Juliette
Jotabê
Medeiros
Minha
canção favorita no seu disco é Get Up.
Lembra muito os primeiros anos dos Rolling Stones, aqueles
riffs de guitarra.
Sim, você
tem razão. Nessa música nós estamos prestando
homenagem a uma determinada época do rock, um certo
sentimento pioneiro. É o tributo de uma mulher aos
heróis do rock, minha releitura disso tudo num mundo
dominado pelo masculino.
Sua
banda só tem homens. E vocês já estão
excursionando juntos há dois anos. Não rolam
desentendimentos?
Pode ser
difícil tanto tempo na estrada com as mesmas pessoas.
Mas a coisa mais importante é que todos amamos o que
fazemos. O que nos une é a idéia de fazer o
mais poderoso show ao vivo, com elementos de surpresa. Não
é uma banda doidona. Não usamos drogas, ninguém
é ligadão. São pessoas com grande senso
de humor e, o mais importante, eles me respeitam como sua
líder. É uma posição difícil.
Tive de demitir o baterista anos atrás, porque o cara
estava doidão o tempo todo. Algumas pessoas não
conseguem lidar com esse cotidiano.
E
você não vai voltar mais ao cinema?
Claro
que vou. Sou apaixonada pelo cinema. Mas não agora.
Agora estou na estrada. É difícil, porque o
cinema toma muito tempo, e os projetos de cinema estão
nos planos e nos calendários dos diretores, não
nos meus. Está completamente fora da minha decisão.
Você
costuma compor quando está excursionando ou quando
está de folga?
Não
fazemos a coisa inteira na estrada. Eu diria que plantamos
sementes. Durante passagens de som, nós criamos riffs
de guitarra, fraseados, gravamos algumas demos com esse material.
Depois, vamos melhorando. Todo o disco Four on the Floor
foi gravado na estrada. Prefiro desse jeito, é mais
desafiador.
Outra
música, Hot Kiss, é o seu single mais bem-sucedido.
Quando é que você sabe, que você descobre
que acaba de compor um "gancho'" musical irresistível?
É
engraçado. Escrevi essa canção com Todd
(Morse, guitarrista dos Licks). Tinha um gosto diferente,
mas elétrico. Eu sabia que era quente cinco segundos
após ouvi-la pela primeira vez. Nosso baixista não
gostou. São quatro pessoas na banda, têm gostos
diferentes. Então, coube a mim a decisão. Ser
a líder implica essa responsabilidade. E eu disse:
é a canção de maior apelo, vamos gravar.
E
o que é essa sua roupa indígena? É algum
tipo de manifesto político?
Nada.
Eu não sou tão política. Vestir-me como
um nativo indígena é algo pessoal. O rocker
é um tipo de voyeur, ele gosta de coisas que aticem
sua curiosidade. É uma imagem que trata do espírito
que eu gosto de projetar, da coisa da conquista. Liberdade
e celebração, entende? É a forma que
eu encontro, além da música, de estimular a
platéia a perder-se por alguns momentos, de sair de
sua redoma e entregar-se de um jeito bom, com significado.
Filmografia
Pegar e Largar (2006)
Daltry Calhoun (2005)
Starsky & Hutch - Justiça em Dobro (2004)
Garganta do Diabo (2003)
Dias Incríveis (2003)
Nunca Mais (2002)
Procura-se um Amor em Barcelona (2001)
A Sangue Frio (2000)
Simples Como Amar (1999)
Um Drink no Inferno (1996)
O Entardecer de uma Estrela (1996)
Estranhos Prazeres (1995)
Diário de um Adolescente (1995)
Assassinos por Natureza (1994)
Kalifornia (1993)
Gilbert Grape - Aprendiz de Sonhador (1993)
O Sangue de Romeu (1993)
Maridos e Esposas (1992)
Cabo do Medo (1991)
Férias Frustradas de Natal (1989)
Minha Noiva é uma Extra-Terrestre (1988) |

Fontes:
João Veloso Jr - Rock Press, Jotabê Medeiros
– O Estado de S.Paulo, Rock Online e E-Pipoca
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