A
Big Band de Glenn Miller
Por George T. Simon
De
todas as mais populares e magníficas orquestras que
já existiram, a que evoca mais memórias de como
tudo foi tão romântico, e cuja música
o povo desejava ouvir cada vez mais, incenssamente, é
a orquestra do falecido Glenn Miller.
Esta,
era uma orquestra de climas maravilhosos, de constrastes magnificos,
de grande excitação, tudo reunido por um homem
que, eu achava, sabia melhor que qualquer outro líder,
exatamente o que queria e como obtê-lo. Glenn Miller,
apesar de sua aparência de professor austero, íntrego,
de grande objetividade, era um home de grande sensibilidade
humana e artística, e grande imaginação.
E mais era um executivo excepcional. Tomava decisões
com facilidade. Rápida e racionalmente. Era de vontade
férrea. Mas, isso, raramente, deixava de ter uma finalidade
clara. Era teimoso. Mas era justo. Tinha gostos e desgostos
intensos, embora não vacilasse em admitir quando estava
errado.

Glenn Miller
Tinha,
também, enorme confiança em si mesmo. Sua atitude
era: se não pudesse dirigir uma orquestra como tinha
que ser, então, ele não devia ter uma. Todavia,
nunca, em hipótese alguma, foi um convencido. Era,
na verdade, um homem de natural reserva. No início,
era-lhe penoso ficar à frente de uma orquestra. Ele
achava que o pessoal esperava que ele fosse glamoroso. Mas,
ele não conseguia fingir uma personalidade falsa. Realmente,
a única maneira como ele sabia interpretar era com
seu trombone.
Muito
antes dele ter uma orquestra, saiu-se muito bem como trombonista
de jazz. Tocou com os astros máximos do jazz, em numerosas
gravações, no fim dos anos vinte e começo
dos trinta, arranjando também para as orquestras de
Ben Pollack, Red Nichols, os Irmãos Dorsey e Ray Noble.
Foi
na fase de Ray Noble que ele decidiu-se, finalmente, a começar
sua própria orquestra. Isso aconteceu em 1937. Pelos
próximos dois anos, ele lutou desesperadamente para
sobreviver. Na primavera de 1939, a nova orquestra, sua segunda
e última, formada em março de 1938, de repente,
pegou. Daí em diante, até setembro de 1942,
quando ele a dissolveu para aceitar uma comissão na
Força Aérea do Exército, a orquestra
Miller permaneceu, de longe, a mais popular de todas as orquestras
dos país. Nove meses mais tarde, sua nova e aumentada
orquestra de soldados estava, novamente regalando a América
via programas nacionais. Um ano mais tarde, começou
a tocar sua música para os combatentes aliados lutando
na Europa Ocidental.
A
carreira inteira da orquestra Glenn Miller durou apenas oito
anos. Os seis últimos foram gloriosos. Os dois primeiros
foram horríveis.
É
indiscutível: a temporada no Glen Island Casino realmente
fez a orquestra Glenn Miller. Em menos de um mês, após
ter encerrado seu trabalho lá, ele começou a
quebrar e estabelecer recordes fantásticos, onde quer
que tocasse.

Glenn Miller Band
Enquanto
esmagava recordes, a orquestra gravou discos que os quebravam
também. No fim de 1938, ele se transferiu da Brunswick,
para o selo mas barato RCA Victor, o Blubird. Um de seus primeiros
e, eventualmente, mas importantes discos, pelos dois lados,
foi a composição de Frankie Carle, Sunrise
Serenade em um lado, com o tema de Glenn, Moonlight
Serenade, no outro.
Durante
aquele primeiro verão, no Glen Island (ela retornou
no verão de 1940), a orquestra gravou, também,
o maior de todos os seus fantásticos sucessos, In
The mood com o duelo de sax tenores entre Beneke e Klink.
No
começo de 1940, a orquestra Glenn Miller era tamanho
sucesso, que não conseguia atender as solicitações
para tocar pelo país afora. Em 6 de outubro de 1939,
ela compartilhou o palco do Carnegie Hall com as orquestras
famosas de Benny Goodman, Fred Waring e Paul Whiteman. Em
27 de dezembro de 1939, substituiu Whiteman no show da Chesterfield.
Em 5 de janeiro, estreou no Café Rouge do Hotel Pennsylvania
e, logo em seguida, tocou no teatro Paramount.
Era
uma programação e tanto! Três programas
de rádio por semana, incluindo os ensaios. Duas sessões,
totalizando cinco horas de música por noite, e seis
nos fins de semana, no hotel. E quatro, ás vezes, cinco,
shows por dia no teatro Paramount! Além disso, nos
dois primeiros meses de 1940, a orquestra gravou trinta lados
(ou quinze discos) mias ou menos, incluindo Tuxedo Junction,
que Glenn pegara da orquesta de Erskine Hawkins (e sua célebre
versão de Stardust, que se tormou um clássico).
Um
das coisas para as quais Glenn tinha pouquíssimo, se
algum, tempo era para arranjar. Felizmente, seu amigo Tommy
Dorsey tinha-lhe recomendado um jovem arranjador que assumiu
a maioria dos arranjos e que, Glenn me contou anos depois,
foi o arranjador mais criativo que já escrevera para
sua orquestra. Um homem de espírito. Imaginativo. Com
uma expressão dolorosa que não refletia, de
modo algum, os manuscritos plenos de espirito com os quais
ele supria a orquestra. Foi Bill Finegan quem escreveu o arranjo
de Little Brown Jug, e foi Finegan quem escreveu
centenas mais.
Finegan
não foi o único a suprir arranjos swing para
Miller. Quando Artie Shaw debandou, de repente, em fins 1939,
Glenn ofereceu ao arranjador de Artie, Jerry Gray, um emprego.
Seus arranjos podem não ter sido da pasmante criatividade
como os de Finegan. Mas, ele trouxe, mesmo, arranjos inteiramente
comerciais e, ainda assim, absolutamente de alto nível.
Em
1941, para enriquecer a orquestra, visual e musicalmente,
ele contratou o Modernaires, um magnífico quarteto
vocal - Chuck Goldstein, Hal Dickenson, Ralph Brewster e Bill
Conway - que, uma vez, cantara com a orquestra de Charlie
Barnet, e tinha, recentemente, ensaiado com a orquestra de
Benny Goodman. E também, não por vontade própria,
substituiu Mario Hutton com outra cheia de vida, Dorothy Claire.
A
mais famosa de todas as gravações de Modernaires
com a orquestra foi, certamente, Chattanooga Choo Choo,
que ele cantou com Beneke, não só na gravação
mas no primeiro dos dois filmes da orquestra, Sun Valley
Serenade, filmado em 1941. De modo como os filmes com
orquestras eram feitos, este saiu-se primorosamente. Principalmente,
porque girava em torno da orquestra e apresentou Glenn com
muito bom gosto. Nem foi meio torto, com a maioria dos filmes
com as orquestras swing eram numa tentativa louca de exibir
músicos como não eram. Sem dúvida, alguma,
a mão firme de Glenn teve parte nisso. Seu segundo
e ainda mais incrível filme foi Ochestra Wives.
Marion
retornou em agosto, ao mesmo tempo em que Gleen, por sugestão
de Si Shribman, contratou Bobby Hackett. Foi um gesto surpreendente,
porque Bobby não era um grande músico de seção
e tocar na orquestra de Miller era um teste de extremo rigor
e competência musical do mais alto profissionalismo.
Mas, ele era um cornetista de uma beleza imensa e de grande
alma. Um espécie moderna de Bix Beiderbecke, cuja execução
era reverenciada pelos fãs de jazz do mundo inteiro.
"Que idéia genial!" exclamaram pelo mundo
afora, quando souberam do gesto de Glenn Miller. Mas o choque
que tiveram, quando descobriram Bobby, não entre os
metais, mas na seção de ritmo, dedilhando uma
guitarra, um instrumento que ele tocava com adequada mediocridade,
foi espantoso. Os fãs uivaram. O que não sabiam
era que Bobby Hackett acabara de completar uma cirurgia dentária.
Tinha dificuldade em tocar seu instrumento e estava sentando
com a guitarra até suas gengivas cicatrizarem. "Era
o único meio que Glenn tinha para me colocar na orquestra",
contou-me Hackett, recentemente. "Depois, ele gostava
dos outros quatro pistões também, demais."
Quando Bobby pegou sua cornet novamente, ele contribuiu com
solos gloriosos, belíssimos, incluindo um, na Rhapsody
In Blue, que entrou para a história como uma das
mais maravilhosas passagens que já encantaram uma gravação
( a última da orquestra civil de Glenn Miller).
Entretanto,
a orquestra continuava a tocar muita baladas. Todas, com aqueles
saxes cristalinos. Tão líquidos e com frases
tão longas que davam a impressão que a seção
não respirava. E a maioria das baladas continuava a
enfatizar os vocais de Ray Eberle que, pouco antes de deixar
a orquestra, participou de dois de seus fantásticos
sucessos: At Last e Serenade In Blue.
A
saída de Eberle foi, infelizmente, desagradável.
Durante anos, um relacionamento carinhoso, existira entre
ele e Glenn. E, embora amigos tenham se queixado frequentemente,
a Glenn que Eberle, a quem o líder chamava carinhosamente
de "Jim", por nenhuma razão especial, estava
degradando o nível musical extraordinário da
orquestra, Glenn, invariavelmente, o defendia com vigor. Mas,
depois que Miller o deixou sair, um jornal do meio publicou
uma entrevista de Eberle dizendo que ele estava enojado com
a gabolice de Miller e que não estava sendo pago regularmente.
Glenn,
que geralmente controlava seu gênio, subiu a serra.
Revelou o seu lado da história: Eberle, muito frequentemente,
não estava em condições de cantar e que,
finalmente, ele ficara saturado com sua atitude indisciplinada.
Skipe
Nelson, um músico completo, de qualidade, substituiu
Ray que, logo, juntou-se a Gene Krupa. Nelson cantou em vários
lados, incluindo uma excelente Dearly Beloved, uma
das treze músicas gravadas em três dias. A orquestra
procurou espremer o máximo possível de lados,
antes que Petrillo declarasse a sua greve de gravação.

Glenn Miller (L) with his trombone section
and lead clarinet/sax player Willie Schwartz
Clique na imagem para amplia-la
Ironicamente,
uma das últimas gravações da orquesta
civil de Glenn chamava-se Here We Again. Um jazz
instrumental, composto e arranjado por Jerry Gray. Mas, retornar
aos discos, nunca mais ela retornou. Ao invés, a 27
de setembro de 1942, a orquestra, pura e simplesmente, partiu
- para sempre.
Eu
estava lá, atrás do palco. Aquela noite, no
Central Theater, em Passaic, New Jersey. Da mesma forma como
estivere presente ao primeiro ensaio da orquestra nos estudios
Haven. Em suas primeiras gravações para a Decca.

Glenn
Miller, one of the most popular bandleaders of the 1940s swing
era and an alumnus of the University of Colorado at Boulder,
was posthumously honored at the 2003 Grammy Awards with a
lifetime achievement award from the National Academy of Recording
Arts and Sciences.
Miller
joined Etta James, Johnny Mathis, Tito Puente and Simon and
Garfunkel as this year's honorees for lifelong artistic contributions.
All were recognized at the 45th annual Grammy ceremonies in
New York, aired Sunday, Feb. 23.
Miller, born in 1904, attended CU-Boulder
from 1923 to 1924 and played in a band of students known as
Holly Moyer's Jazz Band. He left school to continue his professional
career, playing trombone and arranging music for the bands
of Benny Goodman, Red Nichols, the Dorsey Brothers, Ray Noble
and others.
He started his own group in 1937, and it quickly
became the most popular band in the country. In 1940 alone,
the Glenn Miller Orchestra recorded 45 songs that made it
into the top-seller charts - a record that still stands. The
band was awarded the first-ever gold record in 1942 for selling
more than 1 million copies of their hit "Chattanooga
Choo-Choo." Other hit tunes included "Tuxedo Junction,"
"American Patrol," and "In The Mood."
Tragically, Miller was killed only two years
later when his plane disappeared over the English Channel.
Miller had left his band at the height of its popularity in
order to serve as an officer in the U.S. Army, and was in
Europe organizing shows for American troops fighting in World
War II. He was awarded the Bronze Star for his dedication
and sacrifice.
In 1953, students at CU-Boulder officially
named the University Memorial Center's ballroom in honor of
Miller. Miller's wife Helen, herself a CU-Boulder alumna,
convinced the filmmakers of the "Glenn Miller Story"
starring Jimmy Stewart to film part of the feature on the
CU-Boulder campus.
Today the campus is home to the Glenn Miller
Archive and a number of exhibits. At the University's Heritage
Center inside Old Main, visitors can view 29 gold records,
Miller's trombones and an original manuscript of his theme
song, "Moonlight Serenade." In 1984 Miller was posthumously
awarded a Doctor of Humane Letters, CU-Boulder's highest academic
honor.
"We invite people to come up and see
the gold records, including the first gold record ever awarded,"
said archive curator Alan Cass. "We also have Miller's
first trombone and his college trombone."
The archive just moved into new quarters in
Macky Auditorium, Cass said, and is now part of the American
Music Research Center. Archivists are currently filing, indexing
and cataloging the Miller collection.
In 2004, CU-Boulder will celebrate Miller's
100th birthday by hosting performances by the current Glenn
Miller Orchestra and a Japanese girls group devoted to Miller's
legacy. More information about the celebration will be available
as March 2004 approaches, Cass said.
The Glenn
Miller Archive and exhibits at CU-Boulder are open 10 a.m.
to noon and 2 p.m. to 4 p.m. Tuesday through Friday, by appointment
only. Call archivist Cassandra Volpe at (303) 735-1367 for
more information or to make an appointment.

Starry Night - Vincent
Van Gogh
Big
Bands II - Maria Schneider Orchestra / Lincoln Center Jazz
Orchestra
Fontes:
Simon, George Thomas.
As grandes
orquestras de Jazz / George T.Simon; com apresentação
de Frank Sinatra; (tradução de Edman Ayres de
Abreu) - São Paulo: Ícone, 1992.
http://www.colorado.edu/news/tributes/glennmiller/
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