Biografia
de Edith Piaf é favorita ao prêmio César,
com 11 indicações
O filme
"Piaf - Um Hino ao Amor", de Olivier Dahan e que
narra a vida de Edith Piaf, é o grande favorito ao
prêmio César do cinema francês, com 11
indicações, entre elas a de melhor filme.
Com o
mesmo número de prêmios concorre "Un Secret",
de Claude Miller, um drama literário que também
foi sucesso de público na França, com mais de
um milhão e meio de espectadores. "Un Secret"
aparece como o grande rival de "Piaf - Um Hino Ao Amor".
"O
Escafandro e a Borboleta", de Julian Schnabel, com oito
indicações, e o filme de animação
"Persépolis", de Marjane Satrapi e Vincent
Paronnaud, com seis, ficaram entre os favoritos da premiação,
que acontecerá no teatro Châtelet de Paris no
dia 22 de fevereiro com apresentação do ator
Jean Rochefort.
"La
Graine et le Mulet", de Abdellatif Kechiche, completa
a lista de indicados a melhor filme e aparece como concorrente
surpresa.
Dahan,
Miller, Schnabel e Kechiche concorrem ao César de melhor
direção, que também pode ser dado ao
veterano André Téchiné por "As Testemunhas".
SAN SEBASTIAN, SPAIN - 21 Sep 2002 - Oliver
Dahan
(Photo by Carlos Alvarez/Getty Images)
Os favoritos
de 2008 são filmes que foram sucessos de bilheteria
na França e que, em alguns casos, também estão
concorrendo ao Oscar de Hollywood.
É
o caso de Marion Cotillard, que após ganhar um Globo
de Ouro em Los Angeles concorre a um Oscar de melhor atriz
por sua interpretação de Edith Piaf, que na
França atraiu mais de cinco milhões de espectadores.
Cotillard
disputa o César com as atrizes Isabelle Carré
("Anna M."), Cécile de France ("Un secret"),
Marina Foïs ("Darling") e Catherine Frot ("Odette
Toulemonde").
Ao César
de melhor ator concorre Mathieu Amalric ("O Escafandro
e a Borboleta"), Michel Blanc ("As Testemunhas"),
Jean-Pierre Darroussin ("Conversas com Meu Jardineiro"),
Vincent Lindon ("Ceux qui Restent") e Jean-Pierre
Marielle ("Faut que ça Dance!").
Plan américain d'Edith Piaf, négatif
noir et blanc, 6x6. (1942)
Piaf
- Um Hino ao Amor
É
praticamente impossível não se emocionar durante
os 140 minutos de projeção de "Piaf - Um
Hino ao Amor", a festejada cinebiografia da cantora francesa
Edith Piaf.
O
sucesso é coerente. Co-produzido por França,
Inglaterra e República Checa, Piaf - Um Hino ao Amor
é rasgadamente emotivo e emocional, atingindo em cheio
o grande público, da mesma forma emotiva e emocional
que a própria cantora tinha de conquistar as suas platéias.
E importante: sem cair no piegas.
A
idéia do filme nasceu quando o diretor Oliver Dahan
viu uma foto da juventude de Edith e percebeu que quase ninguém
sabia nada sobre essa época de sua vida. Devido à
inúmeros problemas como o envolvimento com cafetões
ou uma suspeita de assassinato, ela raramente falava sobre
antes de se tornar a famosa Edith Piaf. O sobrenome artístico
ela recebeu por seu tamanho, apenas 1,42 m. Piaf, em francês,
é pardal.
Cena do Filme - Piaf , Um Hino ao Amor
O
roteiro da estreante Isabelle Sobelman, em parceria com Dahan,
opta por uma narrativa que une equilibradamente fatores conservadores
com alguns elementos mais arrojados. Se, por um lado, Piaf
- Um Hino ao Amor se aproxima, estruturalmente, a outras grandes
cinebiografias clássicas de músicos e cantores
famosos, como Ray ou Amadeus, por exemplo, por outro lado
é bem-vinda a montagem não-cronológica,
que joga eficientemente com a linha do tempo da personagem,
ao mesmo tempo em que exige do público uma atenção
- e um conseqüente envolvimento - mais próximo.
Nos
quesitos técnicos, Piaf - Um Hino ao Amor é
irrepreensível. A fotografia escura e sombria de Testsuo
Nagata, aliada à impecável reconstituição
de época (no caso, de épocas, já que
o filme transita em várias décadas), dão
à produção ares de luxo e imponência,
ao mesmo tempo em que criam uma aura de autenticidade, fundamental
para que o público entre de cabeça na história
da cantora, "comprando" o que vê na tela como
a mais pura realidade. A sempre difícil maquiagem de
envelhecimento beira a perfeição em "Piaf
- Um Hino ao Amor" e a trilha sonora tem o grande mérito
de não ser óbvia, utilizando as mais famosas
canções de Piaf de forma comedida e precisamente
colocada dentro de cada cena, sem os exageros que são
quase sempre inevitáveis no caso do biografado estar
ligado ao mundo da música.
Cena do Filme - Piaf , Um Hino ao Amor
O
roteiro cobre desde a infância paupérrima até
o último show no Olympia, em Paris. A trama não
se intimida em mostrar sua passagem por um bordel quando criança,
a boemia, os pileques, o vício em morfina. Abre espaço
para o triunfo na música — das improvisações
nas calçadas parisienses às excursões
pelos Estados Unidos na década de 50. Instável
emocionalmente, a estrela teve uma vida regada a tragédias,
poucos amigos e um grande amor, o boxeador Marcel Cerdan (Jean-Pierre
Martins). A mulher que canta o amor como ninguém fez
escolhas amorosas equivocadas, e pagou por elas.
Deixamos,
porém, o melhor para o final: a interpretação
da atriz parisiense Marion Cotillard no papel-título.
De coadjuvante quase imperceptível em filmes como Um
Bom Ano (com Russell Crowe), Peixe Grande e suas Histórias
Maravilhosas ou na trilogia Táxi, Marion se agiganta
como Piaf, estoura na tela grande, dá alma ao personagem
e se transforma de maneira impressionante a cada fase diferente
de sua vida. A
sua personificação de Edith Piaf é espantosa.
Tudo funciona com a máxima naturalidade: os gestos,
a voz, o olhar, a expressão corporal. Marion foi merecidamente
indicada ao Oscar 2008 de Melhor Atriz por esse trabalho espetacular..
Cena do Filme - Piaf , Um Hino ao Amor
Uma
última informação: cinematograficamente,
"Piaf - Um Hino ao Amor" apresenta pelo menos uma
cena que já pode ser considerada antológica.
Para quem não viu o filme, convém não
contar para não estragar o momento, mas vale dizer
que é um instante magnífico, no qual a personagem
principal recebe uma notícia terrível e, no
mesmo plano, exorciza a tristeza por meio de uma música
composta a partir de uma carta de amor que ela própria
escreveu. Só vendo.
Ficha
Técnica
Título Original: La Môme
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 140 minutos
Ano de Lançamento (França / República
Tcheca / Inglaterra): 2007
Site Oficial: www.edithpiaf.com.br
Estúdio: Canal+ / TF1 International / Songbird
Pictures / Sofica Valor 7 / TPS Star / Okko Productions
Distribuição: Europa Filmes
Direção: Olivier Dahan
Roteiro: Isabelle Sobelman e Olivier Dahan
Produção: Alain Goldman
Música: Christopher Gunning
Fotografia: Tetsuo Nagata
Desenho de Produção: Olivier Raoux
Direção de Arte: Mick Lanaro, Beata Brendtnerovà,
Laure Lepelley e Stanislas Reydellet
Figurino: Marit Allen
Edição: Richard Marizy
Efeitos Especiais: Rainmaker
"Paguei
o maior vexame hoje na abertura do 57.o festival de cinema
de Berlin. Quase morri chorando assistindo a La Mome - La
Vie en Rose( Piaf - Um Hino ao Amor), o filme francês
(de Olivier Dahan) que Dieter Kosslick escolheu para a inauguracão
do evento. Estava me achando ridículo, mas não
conseguia controlar a emocão e as lágrimas.
Elas vinham, independentemente da minha vontade. No final
da sessão, ainda atordoado e buscando a saída,
uma mão me puxou e era a de Renata Almeida. Deus é
pai. Com ela vinha Leon Cakoff e o criador da Mostra Internacional
de Sao Paulo me disse que tinha chorado como nunca."
- Luiz Carlos Merten; O Estado de S.Paulo
"A
mais impressionante imersão de uma artista no corpo
e alma de outra que eu já encontrei em um filme"
- Stephen Holden; The New York Times
"Um
dos melhores filmes biográficos que já vi, conta
a história de Piaf, através da extraordinária
performance de Marion Cotillard." - Robert Ebert;
Chicago Sun-Times
"Tudo
nela é trágico, intenso, contraditório.
Ouçam na cantar. Essa vida está lá, naquela
voz" - Luiz Zanin; O Estado de S.Paulo
"O
resultado é um trabalho poético e impactante.
Preste atenção na atuação magnética
de Marion Cotillard, que faz a intérprete adulta"
- Fernanda Ceccon - Revista Bravo!
Cena do Filme - Piaf , Um Hino ao Amor
"É
um trabalho extraordinário, excelente... É aquele
tipo de filme que acaba e você não consegue nem
levantar da cadeira, porque ele te comoveu tanto" - José
Wilker
"Piaf
- Um Hino ao Amor é um filme feito para ser emoção
pura. E, assim, ele funciona maravilhosamente. É difícil
algum espectador se manter alheio à história
trágica, aos desafios e sofrimentos incessantes que
acompanham a personagem desde os primeiros momentos da sua
vida até o derradeiro. Apenas uma pessoa insuportavelmente
chata poderia barrar toda essa carga de emoção
genuína e questionar o filme de forma racional."
- Rodrigo Rosp; Cine Players
Fonte:
Folha Online, Efe, Celso Sabadin ( Cineclick ), Cine Players,
Veja e Adoro Cinema