Coldplay: sucesso
MÔNACO
(Reuters) - A banda britânica Coldplay recebeu o prêmio
de álbum mais vendido de 2008 no World Music Awards
(WMAs), em Mônaco, por seu disco mais recente, "Viva
la vida or death and all his friends", que chegou ao
topo das paradas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha,
Japão, Alemanha, França e outros lugares.

As boas
vendas se devem aparentemente à estratégia de
marketing do Coldplay, que distribuiu a primeira música
de trabalho do disco na Internet, gratuitamente, por uma semana,
além de fazer uma série de shows de graça
antes de embarcar em uma turnê mundial este ano.
A banda
também foi indicada ao prêmio de melhor performance
de rock do ano, embora não tenha comparecido à
premiação.
Em cerimônia
realizada em Londres, recentemente, o Coldplay levou dois
troféus importantes da premiação Q Awards
2008.
A banda
de Chris Martin recebeu prêmio de “Melhor Show
da Atualidade” e “Melhor Álbum” por
“Viva La Vida or Death and All His Friends”.
Biografia
da Banda
O Coldplay
conseguiu reconhecimento e apelo junto ao público já
em seu primeiro lançamento, o álbum Parachutes.
Foi com a música Yellow, lançada em formato
single, que o grupo ficou conhecido dos ingleses - ela ficou
em quarto lugar no ranking dos discos mais vendidos.

Coldplay
Isso impulsionou
o álbum: quando Parachutes foi posto à venda,
em julho de 2000, o CD estreou em primeiro lugar nas vendas.
O quarteto
formado por Chris Martin (piano e voz), Jonny Buckland (guitarra),
Guy Berryman (baixo) e Will Champion (bateria) é mais
uma das bandas produto de universidades. Martin e Buckland
se conheceram em 1996, logo nos primeiros dias de aula na
University College London. Da amizade, surgiu o núcleo
do que viria a ser o Coldplay.
Logo depois
Berryman se juntou ao dois e o trio se apresentava como Pectoralz.
No ano seguinte, teve seu nome mudado para Starfish.
Em 1998
chega o último integrante, Will Champion. Ele originalmente
não tocava bateria e aprendeu o instrumento para entrar
na banda, que logo em seguida foi batizada de Coldplay.
No mesmo
ano o quarteto lançou seu primeiro EP, Safety, com
apenas 500 cópias. Entre as que foram distribuídas
a gravadoras e amigos, sobraram apenas 50 para a venda ao
público. Ninguém poderia imaginar que este número
se multiplicaria tanto.

Coldplay
Com contrato
assinado (a gravadora era a Parlophone), em 1999 os integrantes
da banda se concentraram em finalizar seu primeiro álbum:
Parachutes. Que tinha uma venda esperada de 40 mil unidades.
De julho a dezembro, foram registradas 1,6 milhão de
cópias vendidas, apenas na Grã-Bretanha.
A esta
altura alguém devia estar suspeitando do sucesso dos
rapazes. E estava: o selo Capitol, da EMI, lançou o
segundo álbum da banda A Rush of Blood to the Head,
em 2002.
De novo
o Coldplay tinha uma música que iria bombar. O hit
Clocks transformou a banda em estrela internacional. In My
Place e The Scientist, outras duas faixas do CD, também
ajudaram a conquistarem um grande prestígio
Toda essa
badalação transformou o Coldplay em uma banda
de peso. Mesmo com apenas dois álbuns o grupo saiu
em turnê pelos cinco continentes (foi quando passaram
pelo Brasil pela primeira vez). O show em Sydney, Austrália,
foi gravado e transformado no terceiro lançamento da
banda, o CD e DVD Live 2003.
Em 2004,
o grupo descansou da turnê e se pôs a trabalhar
nas gravações do próximo trabalho. X&Y,
lançado em junho de 2005, foi o álbum mais vendido
daquele ano, com 8,3 milhões de cópias vendidas
em todo mundo.
Chris
Martin disse que o nome do álbum X&Y é uma
referência aos pontos altos e baixos da vida no seu
dia-a-dia. Martin disse Meu dia inteiro é uma mistura
de otimismo e pessimismo nas suas mais extremas formas. E
isso que é X&Y para mim. São dois lados.
Eu gosto do fato que elas são letras muito fortes,
muito claras.

Coldplay: Chris Martin
O
álbum Viva la vida or death and all his friends
começa
muito bem com a música Life In Technicolor, os segundos
iniciais em total silêncio criam a expectativa certa
para o que vêm a seguir, a música toda é
instrumental e deixa claro que é apenas a introdução
para um Coldplay mais aberto, com uma sonoridade buscando
ser global sem deixar de ser introspectivo - a grande marca
da banda. Cemeteries of London chega em seguida com muito
estilo, Chris Martin lembra um bardo medieval cantando sobre
fantasmas e o além, aqui temos a certeza da banda ter
evoluído para algo novo.
Na terceira
faixa, Lost, música mais do que pra lá de U2
- não que isso seja ruim, a música é
muito boa e os órgãos da igreja transformada
em estúdio se contrapõem perfeitamente com o
vocal de Chris. Boa parte das músicas foram gravadas
em antigas igrejas da Espanha e América Latina, países
que possuem uma ligação muito forte com a religião
e com a morte, temática principal do álbum.
Coincidentemente ou não, após Lost temos 42
(número que segundo o O Guia do Mochileiro das Galáxias
representa a resposta para a vida), que se inícia com
a letra:
Those
who are dead are not dead
They’re just living my head
And since I fell for that spell
I am living there as well
Uma homenagem
da banda aqueles que se foram e deixaram um legado para trás,
Chris Martin declarou que esta música era dedicada
a John Lennon. Escolher a melhor música do disco é
uma tarefa bastante árdua, porém 42 é
música que mais me agradou por apresentar de maneira
brilhante três momentos distintos sobre praticamente
dois refrões, deixando a canção triste
e vibrante ao mesmo tempo. Lovers in Japan / Reign of Love
é a primeira faixa que contém duas músicas
em uma, Lovers novamente carrega muito U2, porém acho
melhor irmos nos acostumando com isso pelos próximos
anos, já Reign of Love é canção
amável apoiada num tocante piano.
Yes /
Chinese Sleep Chant novamente contém duas músicas,
em Yes, Chris aproveita o violino do convidado Davide Rossi
para soltar uma voz grave e nos proporcionar uma aura diferente,
que ao meu ver combina inexplicavelmente bem com o tema do
álbum. Já em Chinese Sleep Chant, temos guitarras
e uma letra ininteligível que chega para nos dizer
que a banda ainda não cansou de surpreende.
Viva la
Vida é a faixa que da nome ao álbum e impressiona
pelos detalhes desde sua abertura até o desfecho, instrumentos
de corda e um tambor ao fundo acompanham os tradicionais piano-baixo-guitarra-bateria.
A música nos remete principalmente para oespírito
da revolução francesa e outros momentos em que
as pessoas venceram a opressão e a tirania, a letra
inclusive é narrada por um monarca autoritário
que deposto conta sua história enquanto espera a guilhotina.
Simplesmente fabulosa.
Violet Hill, a música que a banda liberou
para download um tempo atrás e primeiro single do disco
é a música “mais inglesa” da banda…
por me parecer mais uma garantia de vendas do que uma aposta
- como outras faixas do álbum, se tornou a que menos
gostei. Strawberry Swing vêm em seguida e soa bastante
verdadeira, acho que está música expressa melhor
o novo Coldplay do que qualquer outra, muito devido a alegria
da faixa.
Death and All His Friends / The Escapist chegam
cedo demais, a primeira parte de Death and All His Friends
segue num ritmo lento e de início me lembrou Smashing
Pumpkins em Mellon Collien and The Infinite Sadness, mas depois
entram as vozes da banda em unissomo cantando “I don’t
wanna follow death and all his friends!”, definitivamente
a música que gostaria que tocassem no meu funeral.
The Escapist fecha o álbum com sua melodia intangível,
um verdadeiro epílogo para a vida/morte.
Coldplay:
Chris Martin - voz, piano/teclado, guitarra
Jon Buckland - guitarra base, violão, gaita, segunda
voz
Guy Berryman - baixo, sintetizador, gaita, segunda voz
Will Champion - bateria/percussão, piano, segunda
voz |
Conheça
mais sobre a história da banda
Fontes:
Reuters; UOL Música; Globo com; Ambrosia; http://www.coldplay.com
|