Munich
O
terrorismo e o contra-terrorismo apresentados por Spielberg
"Os
criadores de Munich foram acusados de fazer apologia
dos palestinos, de fazer apologia dos israelenses, de
difamar os palestinos e Israel; de serem liberais malucos
de Hollywood, falsos radicais de esquerda, falsos radicais
de direita e até de anti-semitas ou levianos
por mostrar judeus falando sobre receitas e mexendo
com dinheiro..Munich foi moldado generosamente por Spielberg
como ficção histórica informada
por várias perspectivas, até mesmo a minha,
acreditamos que um aspecto da luta contra o terrorismo
é a luta para compreender o terrorismo. Se você
acha que entender o inimigo não é importante,
bem, talvez tenha um emprego em Washington esperando"
- Tony Kushner ( Los Angeles Times )
"Munich
também parece, ou pelo menos alguns assim o consideram,
sem centro. Dá voz e razão a todo mundo.
É o que faz com que seu filme provoque tanta
polêmica. Os israelenses - os judeus, de maneira
geral - estão detestando o filme, porque ele
não faz o jogo do maniqueísmo. Spielberg
sabe que a realidade é muito mais complexa. Os
palestinos têm suas razões, os franceses
que cobram para fornecer nomes a Avner, os americanos
( da CIA ) que ápoiam os terroristas ( como apoiaram
Osama Bin Laden, que é cria deles, um fato historicamente
comprovado), todos têm suas motivações,
que podem ser éticas, políticas e até
simplesmente econômicas. Mas o filme dando voz
a todos deixa um eixo dramático. A ação
segundo Spielber é reflexão pura. Uma
crítica da razão. Não é
sempre que o cinema nos propõe uma obra dessa
complexidade, venha de Hollywood ou de onde vier"

Fonte
: Luiz Carlos Merten ( O Estado de S.Paulo ) |