Lista Eldorado 2011
Eldorado
coloca no topo disco conceitual da banda de rap The Roots.
Adele e Radiohead também são
destaques
Listas de melhores do ano, antigamente, eram
clichês
mais vulneráveis. Havia mais tempo para refletir
sobre o que tinha sido lançado. Hoje é difícil
acompanhar com atenção a tudo que sai. É muita
coisa. Mal dá tempo de ouvir um disco duas vezes,
não é? O ranking, assim, passou a ganhar
outro peso, nos obrigou a colocar as ideias no lugar, reouvir
os trabalhos, ser mais criteriosos. Cada lista é uma
vitória, possibilita elencar obras que, em algum
aspecto e sob determinado foco, terão um futuro
mais longínquo.

10-) Washed Out – Within and Without
A eletrônica produzida em 2011 será lembrada
pela cena chillwave, quando o sintético dos 80 renasceu
na mente de nerds antenados. Washed Out, do produtor Ernest
Greene, é melhor expoente desta vertente, zen, lírica,
lânguida, gélida... Incrível!


9-)
Foo Fighters – Wasting Light
Os vinte anos de Nevermind fizeram bem
a Dave Grohl. Recuperando um pouco daquele espírito garageiro, ele trouxe
Buch Vig (produtor do clássico de 1991) para pilotar
as gravações, além de promover as
participações dos ex-companheiros Krist Novoselic
e Pat Smear. Dinâmico, enérgico e repleto
de hits possantes, Wasting Light é a obra prima
do Foo Fighters.


8-)
Bon Iver – Bon Iver
Melancólico, doce, etéreo,
visceral e belo. Bon Iver e seu falsete encontram no
country e no blues
o clima ideal para derramar lamentos sinceros e quase sempre
emocionantes.

7-)
Friendly Fires – Pala
De inspiração filosófica, tirada
do livro A Ilha, de Aldous Huxl, o novo disco do trio inglês
mantém o espírito de pista de seu antecessor:
um rock dançante com muitos sintetizadores, além
de uma contagiante empolgação juvenil.


6-) Beach Boys – SMiLE
Quarenta e cinco anos depois de sua criação,
o mitológico e inédito álbum foi lançado
oficialmente. A razão para tamanha adoração à “sinfonia
adolescente para Deus", conforme disse Brian Wilson
na época, encontra respaldo numa fase em que a obsessão
pelo novo e o senso de obra única permeavam um rock
amigavelmente rivalizado entre Beatles e Beach Boys. Desde
a “oração” que abre o disco até a
vibrante Good Vibrations, uma sinfonia maravilhosa e complexa
de sons toca o sublime, divaga sobre o amor e deixa uma
saborosa sensação de caminhar nas nuvens.


5-)
Wilco – The Whole Love
A chegada à meia-idade não foi um problema
para a banda de Chicago. O apuramento na composição
de cada uma das faixas do novo álbum é monstruoso,
fora o fato de Jeff Tweedy estar cantando e escrevendo
cada vez melhor. A “radioheadiana” Art of Almost é a
obra-prima deste discaço.


4-)
TV on the Radio – Nine Types
of Light
David Bowie emana sem dó no álbum mais “relaxado” da
banda nova-iorquina. Feito à base de muito churrasco
e pingue-pongue na casa do mentor David Sitek, em Los Angeles,
o álbum mescla romantismo, introspecção
e toda aquela massa sonora aparentemente desconexa. Alguém
tem dúvida de que Will Do seja o single o ano?


3-)
Radiohead – The King of Limbs
É impressionante a capacidade do Radiohead de se
renovar. Não há ‘fórmula consagrada’.
Desta vez o caminho é mais hermético, com
atmosferas sombrias, estruturas disformes, dois bateristas
e um Thom Yorke inspiradíssimo. Tudo contribui para
consolidar os britânicos num patamar artístico
anos-luz à frente de qualquer um.


2-)
Adele – 21
A perda de Amy Winehouse mal pode ser sentida
com a explosão
desta britânica de voz límpida e afinada.
Não são só prêmios e recordes
atrás de recordes que a colocam entre as principais
nomes do pop atual. Adele não tem medo de se entregar,
canta de maneira apaixonada, emociona sem muito esforço.
O som revivalista de 19 ganha maior frescor em 21, ao explorar
vertentes do blues, do country e do pop. Finérrimo.


1-)
The Roots – undun
Discos conceituais são espécies cada vez
mais em extinção, fato que não desencorajou
a banda da Filadélfia a compor seu trabalho mais
pungente na carreira. undun, assim em minúsculo,
acompanha a trajetória do personagem Redford Stephens,
jovem que escolheu a criminalidade como meio de vida e
morre precocemente aos 25 anos. Inspiração
do cinema noir, arranjos impressionistas e o groove soul
de ?uestlove dão o clima para o melhor disco do
ano. Para ouvir de ponta a ponta.

Fontes:
Por Emanuel Bomfim, Felipe de Paula e Paola Messina;
Território
Eldorado; http://www.territorioeldorado.limao.com.br/musica/mus159596.shtm
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