Antunes
Filho
José
Alves Antunes Filho, o diretor de teatro Antunes Filho, é
o primeiro a empreender uma obra dramatúrgica e cenicamente
autoral no Brasil. O diretor é reconhecido pela excelência
e particularidade com que adapta obras literárias para
o teatro e conta com cerca de duas dezenas delas no currículo.

Antunes
Filho
Acompanhe
a história de algumas das mais importantes transposições
da literatura para o palco feitas por Antunes Filho:
O
Diário de Anne Frank (1958)
Após
alguns trabalhos no Teatro Brasileiro de Comédia, Antunes
funda e dirige a companhia Pequeno Teatro de Comédia,
que estréia em 1958 o espetáculo O Diário
de Anne Frank, com a atriz Dália Palma como protagonista.
Pelo trabalho, o diretor é premiado como melhor diretor
pela Associação Paulista de Críticos
de Artes - APCA - e pela Associação Carioca
de Críticos Teatrais - ACCT.

O Diário
de Anne Framk
A Falecida (1965)
Após
alguns textos teatrais, aparece a primeira adaptação
de uma obra de Nelson Rodrigues (A Falecida, 1965) feita por
Antunes Filho. As atuações de Sergio Cardoso
e de Sônia Oiticica foram o destaque da peça.
No mesmo ano, ele encena A Megera Domada. O primeiro trabalho
com uma obra de Shakespeare foi bem recebido pela crítica,
o que não se repetiu com Julio César: a peça
foi unânime fracasso, com direito a show de vaias em
pleno Theatro Municipal de São Paulo, em 1966.

A Megera
Domada
Bonitinha
mas Ordinária (1974)
Após
dedicar-se a montagens de textos teatrais e fundar o Teatro
da Esquina, com que encenou peças de Shakespeare, Antunes
leva aos palcos mais um texto de Nelson Rodrigues. Sucesso
de público, Bonitinha mas Ordinária contou com
interpretação de Miriam Mehler.

Bonitinha
mas ordinária
Macunaíma
(1978)
Depois
de mais adaptações de Rodrigues e de ter encenado
outros grandes dramaturgos, Antunes passou um ano pesquisando
e ensaiando o texto Macunaíma, de Mário de Andrade.
O espetáculo, que estreou em 78, tornou-se o mais vista
no exterior, foi apresentado em muitos países e abocanhou
prêmios internacionais. No Brasil, passou a ser reconhecido
como um marco na encenação e abriu portas para
o trabalho de Antunes com jovens atores.

Macunaíma
Nelson 2 Rodrigues (1982)
O grupo
que encenou Macunaíma sofre reformulações
e passa a chamar-se Grupo Macunaíma. Com este novo
grupo, Antunes continua a aprofundar seu trabalho de pesquisa
teatral por meio de alguns célebres espetáculos:
Nelson Rodrigues - O Eterno Retorno (1981), reunindo quatro
peças do autor, que são condensadas em Nelson
2 Rodrigues, (1982); Romeu e Julieta (1984), de Shakespeare;
Hora e a Vez de Augusto Matraga (1986), obra de Guimarães
Rosa, entre outros.

Cena de
Nelson 2 Rodrigues, espetáculo que reúne as
peças
Álbum de família e Toda nudez será castigada,
com direção de Antunes Filho
Gilgamesh (1995)
Nos
anos 90, Antunes dá continuidade aos trabalhos com
o Centro de Pesquisa Teatral, fundado em meados da década
de 80. Lançamentos como Gilgamesh, inspirado no poema
épico de mesmo nome, e Trono de Sangue (1992), baseado
em obra de Shakespeare marcaram o trabalho do diretor no período.
A partir de então, Antunes dedica-se mais à
formação de atores no CPT.

Gilgamesh

Gilgamesh
A
Pedra do Reino (2006)
Nos anos
2000, Antunes volta-se novamente para as montagens teatrais,
tanto de peças quanto de adaptações literárias.
Em 2000, debruça-se sobre a montagem Fragmentos Troianos,
inspirado em As Troianas, e em 2001 encena Medéia,
ambas de Eurípides.
Antunes dirige em 2006 A Pedra do Reino, adaptação
do romance de Ariano Suassuna, que foi muito bem recebida
e a última feita pelo ator até agora. A caminho,
O Triste Fim de Policarpo Quaresma, sem lançamento
previsto.

A Pedra
do Reino
Fontes:
Sheyla Miranda, Bravo, com informações da Enciclopédia
Itaú Cultural.
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